6.10.11

tri_ciclo


A vida é cíclica porque o vento sempre faz a curva.
A vida é cíclica porque o ponteiro gira nas esquinas.
A vida é cíclica porque pessoas ainda morrem na roleta russa.

tenho a impressão que a espiral da vida pode ser alterada de acordo com sua vontade motriz,
tão potente quanto as tentativas de alterar a espiral do DNA -
o intento é projetar ciclos cada vez menores, densos e ágeis

feito detritos galáticos que se unem, a desenhar formas no espaço infinito

histórias contadas com os olhos
imagens sentidas no tato
escritos com odores do tempo

na raiz da solidão nômade
percebo tudo girar - belíssimas constelações!
na mistura do acaso farejado
{feito aquele cão que me acompanhou por cerca de três horas pelas estradas, trilhas, pontes, rios, além da cachoeira da Santa Clara, em Visconde de Mauá}

estar em trânsito - tal transe
andar, andar, andar, andar, andar, andar, andar
deitar-se ao chão
colher da terra
semear saber
ar
er
ir
or
ur
pingar nos is
brotar da boca
crescer no horizonte incansavelmente mutável
aguentar tempestades e ventanias
beber água da chuva
inspirar ar do vento
perfurar terra do solo
sentir fogo do núcleo

ouvir
o canto dos pássaros
o ronco dos motores
os apitos das fábricas
as badaladas das igrejas
o grito e o silêncio

sempre acreditei que bastava um pau para se fazer uma canoa
a dúvida agora é
???com quantas voltas se conhece o mundo???

&spiral

girar girar girar g irar  g ir ar  g  i  r  a  r  .  .  .

16.9.11


Meu nome é Alan Castelo Branco Xavier.
Castelo Branco por parte da família de minha mãe.
Xavier por parte da família de meu pai.

Sobre meus pais, entre outras curiosidades, conto esta:

Meu pai nasceu no Brasil.
Na Região Nordeste do país.
No estado do Ceará.
Na cidade chamada de Rio Quixeré {que na linguagem dos indígenas, quer dizer "água que não se bebe"}.

Minha mãe nasceu no Brasil.
Na Região Norte do país.
No estado do Acre.
Na cidade chamada de Rio Branco {por conta do Barão de Rio Branco}.

Eu nasci no Brasil.
Na Região Sudeste do país.
No estado do Rio de Janeiro.
Na cidade chamada de Rio de Janeiro {esta já é outra curiosidade}.

Talvez seja por conta destes afluentes que irrigam as raízes de minha família, por este país - tão vasto, que eu me sinta assim: deveras errante.

14 de setembro - 14 horas

Explicaria a minha viagem destas últimas 100 horas, em que percorri uns 800km, de carro, de ônibus, de metrô e a pé, por mais de 7 municípios do estado do Rio de Janeiro, sem contar aqueles que beiram a Avenida Presidente Dutra, desde seu início, até a fronteira com São Paulo.
Além da própria capital, em que estive na Zona Sul, na Zona Oeste, na Zona Norte e no Centro, com seus inúmeros bairros.

Paisagens, arquiteturas, pessoas.
Sem estar com a câmera.
Apenas com meu aparelho orgânico. 
Por puro prazer. 

8.8.11

8.8.2011 - duas vezes o infinito de pé de dois mil e onze

Linda cidade. Como tantas que tenho conhecido pelo estado do Rio de Janeiro. Foram 18 cidades, até agora, 8 de agosto. Além da capital, apresentei uma sessão teatral para os cidadãos de cada cidade - nativos, estrangeiros e passantes; de todas as idades; com entrada franca; contando sobre o que tenho visto na minha jornada que só tem fim após as 100 sessões teatrais terem sido realizadas nos 92 municípios do estado, sendo 8 sessões programadas para a capital fluminense. Em cada cidade vou em busca de uma síntese. Aquele ponto que justificará a minha pesquisa sobre aquela cidade, em um período mínimo de 24 horas. Trago comigo alguns dogmas estéticos, mas confesso que cada município me exige o novo, tanto no aprender, quanto no falar. E é ao andar, ver, respirar, beber, comer, silenciar e falar, que percebo infinitas possibilidades de vida. Incontáveis histórias dos lugares, das pessoas, dos objetos - da cultura. Cada cidade é um mundo. E o THEATRO DE UM HOMEM SÓ percorre mundos. ˜˜˜˜˜˜ Ir em busca do público é abrir caminhos entre si e o outro, para que se vejam. Sou grato a cada um que encontrei até este momento, seja nas apresentações nos teatros, cinemas, centros culturais, auditórios de escolas, - e naquela quadra esportiva, que, segundo um espectador, era o local onde os circos mambembes se apresentavam no passado; ou mesmo nos locais em que estive para dormir, comer, pesquisar, fotografar, e, principalmente, aqueles que me concederam entrevistas. Destaco também o empenho de cada secretaria municipal responsável pela cultura, e, em alguns casos, secretarias municipais de educação, para que o projeto tivesse um bom diálogo com os cidadãos de seus municípios. Eu já não faço idéia de um possível número médio para calcular a quantidade de pessoas que conheci, vi pela primeira vez, durante minha jornada até aqui. Muitas pessoas. A maior riqueza deste estado é sua gente; são as pessoas. ____________ Já havia passado de ônibus pelas cidades do noroeste e do norte fluminense, em direção a Minas Gerais, Espirito Santo e ao sul da Bahia, mas nunca passara uma noite. As duas cidades da região norte que conhecia antes do projeto, mas qua ainda não apresentei nesta jornada, são Campos dos Goytacazes e Macaé. Soma-se a estas, Carapebus, Cambuci e São João da Barra, que são as cidades que ainda não apresentei suas sessões, apesar de encerrada a primeira etapa do projeto, que compreendia as duas regiões mencionadas. Inicio agora a segunda etapa, que abrange a região serrana. Apesar de ter planejado encerrar a primeira etapa sem pendências, no decorrer do projeto, percebi que estas cidades, que ficaram para depois do primeiro prazo estipulado, me apresentaram a possibilidade de retornar a estas regiões, futuramente, antes do término de toda jornada. O retorno é fundamental. Portanto, sigo pela região serrana, começando na extremidade fronteiriça com as regiões noroeste e norte do estado, naturalmente (para mim, ao menos - já que estou só, simplesmente: naturalmente). Digo, penso, só, mas acompanhado de Guanabara, cantante peixe betta, azul marinho, que navega comigo pelas águas deste estado de cultura. Guardo um punhado de terra de cada cidade, porém, é com Guanabara que bebo da água fluminense. ------------------------------------------------------ AVANTE
< 25 de maio >

VARRE-SAI  [região noroeste]





Varre-Sai, em 1947, tornou-se distrito de Natividade, quando esta cidade obteve sua autonomia. Em 1991, foi emancipado como município de Varre-Sai.





Seu nome advém de recomendação da sitiante dona Carlota, com relação a um rancho que mandara construir onde hoje se eleva a cidade. Aos tropeiros que dele se utilizavam, a senhora pedia que, ao saírem, varressem o local, ocasionando a denominação popular de Rancho Varre-Sai, posteriormente, Varre-Sai.





Varre-Sai caracterizou-se por uma população formada, em sua maioria, por descendentes de imigrantes italianos, que trouxeram consigo um grande apego à fé católica, o que explica o número de igrejas e a realização de festas religiosas e procissões muito concorridas.





A cidade possui uma fábrica de cachaça, fermentada no fubá de milho, que tem parte de sua produção exportada para a Europa e para o Japão. Produz também um excelente vinho de jabuticaba, tendo, inclusive, uma comemoração anual, a Festa do Vinho.





O casario antigo de Varre-Sai guarda ainda traços do período colonial e revela a influência oriunda da arquitetura civil mineira. Um bom exemplo é o casarão do Felicíssimo Faria Salgado com beiral em cimalha, estrutura de taipa de sebe (pau-a-pique), baldrames e sapatas vigorosas de pedra, seteiras e janelas de guilhotina, o telhado com três águas e muitos outros elementos tratados à semelhança do colonial mineiro. Felicíssimo foi o primeiro fazendeiro da região e doador de terras à cidade de Varre-Sai.



Prefeitura de Varre-Sai, antiga Casa da Dilina


Casa da Dilina é o prédio que abriga os escritórios da prefeitura municipal. Construído em 1894, pertencente a Tolentino Rodrigues França, foi adquirido por Antônio Giovanini, em 1900 (data marcada na fachada da casa, abaixo do telhado). Permaneceu como propriedade desta família até ser comprada pelo município para ser a sede da prefeitura. O nome pelo qual a casa é conhecida refere-se à filha de Antônio Giovanini.



Igreja de Santa Filomena


A pequena Igreja de Santa Filomena foi construída por volta das últimas décadas do século XIX. A imagem de Santa Filomena foi trazida pela família Pires da Mota, da ilha de Funchal, em Portugal, que doou à igreja no ano de 1998.



Igreja Matriz de São Sebastião


A Igreja Matriz de São Sebastião, situada no alto de uma colina, foi construída em 1920. No mesmo local havia uma capela de madeira erguida entre 1860 e 1870. Possui uma imagem de São Sebastião, vinda da Itália por volta de 1935, e um baldaquino com quatro colunas arrematadas por capitéis. O retábulo do altar-mor possui três nichos, sendo o central dedicado ao abrigo da imagem de São Sebastião. Em 1987, sofreu uma reforma, quando foi retirada a mureta revestida em mármore bege que dividia o altar-mor da nave.



Sede da Lira Santa Cecília e Câmara Municipal de Varre-Sai


A Lira Santa Cecília foi fundada em 1917, por Guiseppe Tupini, sendo composta por oito músicos, cujo instrumental custou 170 mil réis. Sua primeira apresentação ocorreu em 22 de novembro de 1917 (dia de Santa Cecília, padroeira da música), na fazenda do castelo Espírito Santo, sob a regência de Carolino Haussmann, na vida de Varre-Sai. No final da década de 1960, todos os festejos dedicados à Lira Santa Cecília foram transferidos para o mês de abril, em virtude das incessantes chuvas que caem na região, nos meses de novembro e dezembro. A partir de janeiro de 1954, a Lira Santa Cecília constitui-se em uma organização registrada, sendo escolhido por aclamação Guiseppe Tupini, fundador da corporação musical, para presidente de honra.



Sede da Lira Santa Cecília


sessão CINCO   |   Varre-Sai   |   25 de maio


Realizar a apresentação na sede da Lira Santa Cecília foi um conforto só. Muito aconchegante o lugar, assim como a cidade em si. Minha estada em Varre-Sai foi muito agradável. A sessão foi ótima, com excelente participação do público. Estavam presentes os secretários de educação e de turismo, que contribuíram muito com minha pesquisa, ao responderem algumas dúvidas que tinha sobre a história do município. Porém, o detalhe mais emocionante para mim foi saber que o célebre músico Baden Powell nasceu na cidade. Esse detalhe foi a cereja do bolo!







5.7.11

< 23 de maio >

SÃO JOSÉ DE UBÁ [região noroeste]



São José de Ubá



O povoamento foi iniciado no século XIX por migrantes vindos de Minas Gerais. Chamou-se Bom Jesus de Monte Verde e, depois, São José de Ubá. O desenvolvimento desta terra, até 1960, se fez graças ao cultivo de variados produtos: café, cana-de-açúcar, milho, feijão e algodão. No ano de 1960 iniciou-se o plantio de tomate, produto este que mudou a história econômica da cidade. Hoje, o município é o segundo maior produtor de tomate do Rio de Janeiro, o primeiro é Paty do Alferes. 



Prefeitura



Em 1891, com a criação do município de Monte Verde, atual Cambuci, passou a ser seu distrito. Emancipou-se em 1997.



Centro Cultural Zacarias Rodrigues Neto





sessão QUATRO   |   São José de Ubá   |   23 de maio, 2011


A sessão de São José de Ubá foi contagiante. Cerca de 130 pessoas na platéia, cumprindo o que pretendo com este projeto, que ele seja de classificação livre. Ou seja, tinha público de todas as idades. Uma criançada contagiante nas primeiras filas, alguns sentados na beira do pequeno palco, nas filas seguintes os adultos. Foi uma linda celebração teatral. É ótimo quando isso acontece. Algo que acontece para além das opções e apreciações estéticas de um espetáculo, pois é encontro e empatia. Fiquei maravilhado. 



Igreja Matriz de São José de Ubá



Antes da apresentação, durante a tarde, o pessoal da Secretaria de Educação e Cultura me levou de carro para conhecer alguns pontos da cidade. Vale destacar o Parque das Águas, um local muito agradável e bonito. 



Parque das Águas



Até aqui tinha feito alguns vídeos, mas nenhuma entrevista. Me sinto tímido para intimar pessoas para uma entrevista filmada. Além disso, sempre vejo que as pessoas são mais naturais ao conversarem sem uma câmera diante delas e eu acabo preferindo diálogos nestas condições. Porém, eu estava fotografando uma rua da cidade e parei para comprar uma água em uma mercearia, quando notei que o senhor que era o dono do estabelecimento se empolgou com a minha presença e, principalmente, com a câmera em minhas mãos. Ele mesmo se ofereceu para uma foto. Daí, não resisti e fiz minha primeira entrevista nesta viagem. Deixo aqui uma foto da mercearia. 



Mercearia


5.6.11

< 22 de maio > 

CARDOSO MOREIRA   [região norte]



Mirante do Cristo



Banhado pelo rio Muriaé, o município tem seu relevo formado por colinas e maciços costeiros. Faz limites com os municípios de Italva, São Fidélis e Campos dos Goytacazes, do qual emancipou-se em 1989. Em fins de 1700, havia por lá mais de 20 engenhos de açúcar. No século seguinte, diversificou-se a agricultura com a plantação cafeeira. A partir da emancipação, em 1989, e a instalação da prefeitura, em 1993, Cardoso Moreira começou a desenvolver uma política de proteção ao meio ambiente e reflorestamento, desenvolvendo projetos com o governo federal e outros órgãos governamentais para a revitalização de suas áreas naturais.



Cristo



Na rua Coronel Salgueiro, no Centro, encontra-se o antigo prédio da Estação Ferroviária de Cardoso Moreira, ramal de Carangola. Esse prédio e o ramal foram construídos pela companhia em que o comendador Cardoso Moreira era acionista. Atualmente, o prédio é utilizado como Câmara de Vereadores.



Igreja Matriz de São José



Situada na rua Coronel Salgueiro, no Centro, a Igreja Matriz de São José foi construída na década de 1930, tendo sido reformada diversas vezes.



Rio Muriaé



O rio Muriaé é o mais importante para a região, abastecendo os municípios de Cardoso Moreira, Italva, Itaperuna e Lage do Muriaé. Os rios Marimbondo e Quimbira formam parte do complexo da bacia do rio Muriaé.



***





sessão TRÊS   |   Cardoso Moreira   |   22 de maio, 2011


A terceira apresentação do projeto aconteceu no auditório do Colégio Estadual Baltazar Carneiro. Foi uma sessão mais intimista, dada a quantidade de pessoas, que em sua maioria são atuantes na Secretaria Municipal de Cultura, Turismo e Lazer. O secretário Ailton Nunes Guimarães me deu um grande apoio na realização do projeto na cidade. 

Uma coisa curiosa foi que fiquei um pouco inquieto com o fato de não termos conseguido um número maior de público e alguns minutos antes da sessão, já vestido para a mesma, decidi fazer uma performance na principal praça da cidade. Saí tocando gaita pelas ruas, fiz bastante barulho na praça e retornei ao auditório. No dia seguinte, uma funcionária da Casa da Cultura me contou que estava na praça e que as pessoas ficaram bastante espantadas. Não esperavam uma performance na praça enquanto bebiam, comiam e assistiam ao jogo de futebol nos quiosques. Parece que um amigo dela teria até chamado a polícia, por ter ficado assustado. Eu não vi, pois já tinha voltado para o local da apresentação.  


Casa da Cultura Leny Jales Bellieny e Biblioteca Municipal Elma Vieira Privati Caldeira

< 21 de maio >

ITALVA   [região noroeste]

(ita=pedra; alva=branca / pedra branca > o mármore)



Ponte Coronel Edmundo Macedo Soares e Silva


Município cercado de montanhas e banhado pelo rio Muriaé, que começou a ser habitado em meados do século XIX. Por volta de 1850 já possuía habitantes civilizados, sendo fundado em 1873, sob o nome de Santo Antônio de Cachoeiras, simplificado mais tarde, em 1911, para Cachoeiras. Em 1917, passou a denominar-se Cachoeiras de Muriaé. Em 1930, veio a chamar-se Monção. Só a partir de sua emancipação, desmembrando-se de Campos dos Goytacazes, em 1986, denominou-se Italva.



Prefeitura


A fazenda Bela Vista está situada dentro da fazenda Experimental de Italva, na BR-356, em Boa Vista-Sede. Datada do século XIX, teve como um dos donos o português Antônio Silva, sendo vendida, em 1953, para o estado. Externamente pode-se ressaltar em seu teto a presença do que popularmente é conhecido como eira, beira e seveira, caracterizando dessa forma, o excelente poder aquisitivo do morador, visto que na época colonial era assim que se distinguiam socialmente as edificações residenciais. A eira significava baixa renda; a eira e a beira, renda média; eira, beira e seveira, alta renda. 



Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição


Situada na praça da Matriz, fazendo parte de seu entorno o rio Muriaé, a Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição, deu início ao conjunto arquitetônico atual. Externamente, o prédio se destaca devido a sua forma de construção. As laterais da igreja possuem grandes janelas envidraçadas em forma de arco. Por detrás, ao lado direito, está a torre com 24m de altura. Na parte interior, o piso, em tábua corrida escura, em contraste com o teto, que é todo azul. O altar-mor em arco possui, ao fundo, o gólgota caracterizado por uma cruz.



***





sessão DOIS   |   Italva   |   21 de maio, 2011


A apresentação em Italva ocorreu no auditório do Colégio Estadual João Guimarães. O município não possui um teatro. Esta sessão, a primeira da excursão (visto que a de lançamento do projeto foi realizada na cidade do Rio de Janeiro, onde nasci e moro), significou para mim uma nova estréia. Senti inseguranças muito parecidas com as da minha primeira apresentação. Digo, muito parecidas, porque foram na mesma intensidade, mas com teores distintos. Apenas para exemplificar, bem pouco, destaco que tinha receios em relação ao próprio formato da apresentação, tendo em vista que haveriam crianças na platéia. Minha intenção de ter um espetáculo de classificação livre seria vivenciada pela primeira vez, já que no Rio de Janeiro só me apresentei para adultos. Posso dizer que o saldo foi positivo, pois a platéia foi animada e participativa.

Viajei dois dias antes da apresentação com o intuito de ir me acostumando com a rotina de viagens que planejei. Saí do Rio de Janeiro com a meta de me apresentar nos vinte e dois municípios que fazem parte das regiões noroeste e norte do estado fluminense, no período máximo de um mês. Italva inaugurou o bloco de municípios do noroeste, que totalizam em treze.

Contei com o apoio da Secretaria Municipal de Cultura, Esporte, Lazer e Turismo, através da atenciosa secretária Ângela Gomes e sua equipe. A secretária me contou da intenção da prefeitura de ceder sua atual sede, na fazenda Bela Vista, para a criação de um centro cultural para o município.

Site de Italva - http://www.italvaonline.com.br/

7.5.11

Revista da Secretaria de Estado de Cultura do Rio de Janeiro


De Aperibé a Varre-sai, dentro de uma mala

Espetáculo itinerante, com apoio da Secretaria de Estado de Cultura, visita todos os municípios do Rio de Janeiro, no estilo obra em progresso. A peça acontece dentro de um baú.


O ator carioca Alan Castelo, de 31 anos, quer comprar um Fusca. Suas exigências quanto ao modelo são poucas. Afinal, ele tem pouca experiência ao volante: sua carteira de motorista foi conquistada há poucos dias. Tudo em prol da arte. O veículo vai levar Alan numa jornada de três meses pelos 92 municípios do Estado do Rio de Janeiro. Em cada um deles, o artista vai fazer um espetáculo diferente. Mas todos eles vão acontecer dentro de uma mala.

Alan é o idealizador, diretor, produtor e ator do Theatro de um homem só em estado de cultura, projeto que fez sua primeira apresentação no Teatro Noel Rosa, na Uerj, em abril. Mais do que uma série de espetáculos, trata-se de uma obra em progresso. Uma ação que une teatro itinerante, pesquisa e relato de viagem, com um objetivo primordial: elaborar um retrato da cultura do estado. 

De meados de maio até setembro, o ator vai fazer uma única apresentação em cada cidade. Sua mala, aberta em teatros ou em espaços improvisados – escolas e auditórios, por exemplo, no caso dos municípios que não possuem casas do gênero – vai servir de palco. De dentro dela, Alan vai sacar marionetes, bonecos, mapas, fotografias, um bandolim, apetrechos diversos e itens de sobrevivência básica. Diante do público vai, por exemplo, cozinhar. Ou fazer sua assepsia pessoal. Tudo para contar a história de um artista andarilho imbuído de uma jornada pelas cidades fluminenses. Como a cada noite contabiliza uma cidade nova em seu relato de viagem, essa narrativa é sempre diferente. 


Câmera em punho

Enquanto conta um pouco sobre as cidades que já visitou, Alan filma, ele próprio, a sua performance, e a transmite, ao vivo, num telão, para o público presente. “É uma forma de dar dimensões diferentes a certos detalhes”, justifica. Nas horas anteriores ao espetáculo – a ideia é passar só um dia em cada lugar -, ele vai entrevistar moradores, fazer registros visuais e coletar histórias. 

Assim, não é só a peça que interfere na rotina da cidade: a cultura de cada município também passa a interferir na concepção do espetáculo. É isso que explica o ator: “Quero descobrir a identidade do cidadão fluminense. Este não é mais um espetáculo que sai da capital rumo ao interior, e sim um projeto que busca a descentralização. Nós, da capital, costumamos olhar de forma muito segregadora para o interior. Esse trabalho pretende reverberar o que acontece no estado de uma forma em geral, sem privilegiar área alguma”.

Por isso, tudo o que Alan descobrir sobre o município em questão vai ajudá-lo a costurar as apresentações, com a ajuda do público, convidado a participar de forma direta. Um dos números – que pode ou não compor o espetáculo -, por exemplo, consiste em anunciar qual a próxima cidade que o artista irá visitar, e perguntar se algum dos espectadores quer mandar recados para alguém.

Diariamente, o ator vai registrar sua experiência na rede: Facebook, Twitter, You Tube e afins. Assim, além de manter, em diferentes meios, um diário de bordo virtual, vai abrir possibilidades para que o público continue acompanhando e participando de sua empreitada.


Aulas de astronomia

Em mais de 15 anos de carreira, Alan foi coordenador artístico do Teatro Glória e assistente de direção na companhia de Antonio Abujamra. Dirigiu uma montagem elogiada sobre a vida de Patativa do Assaré, e conquistou prêmios no finado Circuito Carioca de Esquetes. 

Preparar-se para um voo tão solitário não foi fácil. A famosa mala que serve de base para as apresentações foi projetada pelo próprio ator. Para conseguir subsídios que amparassem suas histórias sobre o estado, ele fez aulas de astronomia e de vela oceânica. Dessa forma, pôde entender melhor os fluxos marítimos e celestes que pautam a geografia do estado. “Também aprendi a tocar bandolim, porque este foi o instrumento básico do chorinho, primeira música urbana do Rio de Janeiro”, conta.

Quando encerrar a jornada, Alan vai preparar um espetáculo final, com o resumo da experiência. Ele pretende encená-lo em oito espaços diferentes da capital, mantendo a ideia de itinerância e completando 100 apresentações. E sonha em expandir o projeto: “Quem sabe torná-lo nacional?”, arrisca.

Colaboração de Juliana Krapp




No dia 23 de abril, data consagrada a São Jorge - santo guerreiro de Capadócia, cortei meus cabelos no intuito de estabelecer um novo início.

Agora, meus cabelos são uma espécie de medida do tempo. 
Crescem conforme a progressão do projeto.

Salve, Jorge!

_sessão UM | Rio de Janeiro_


por André Scucato
(querido amigo)






1.5.11


sessão UM   |   Rio de Janeiro   |   25 de abril, 2011


Eu sempre pensei na possibilidade de fotografar a platéia a cada sessão do espetáculo. Queria, porém, criar algum código que pudesse distinguir a audiência do projeto das demais platéias de outros eventos. 

Compartilhei este intuito com os presentes na sessão UM, a de lançamento do THEATRO DE UM HOMEM SÓ em estado de cultura RIO DE JANEIRO 2011, no aconchegante Teatro Noel Rosa, na UERJ (Universidade do Estado do Rio de Janeiro). Daí foi sugerido o gesto de "número 1", por conta do THEATRO DE "UM" HOMEM SÓ. Ideia do meu querido amigo José Roberto Mesquita, de terno e gravata vermelha.

Portanto, assim será: 100 sessões, 100 fotos de platéias, unidas por um único gesto.

26.4.11



Agradeço publicamente a generosa parceria do Departamento Cultural da UERJ.


Divisão de Teatro:
. Prof. Maria Lúcia Galvão (Gestora)
. Alba Ribeiro (Produção)
. Andréa Roza (Assistente de Produção)
. Equipe Técnica do Teatro Noel Rosa


Ao retornar para capital, após a conclusão da viagem pelos 92 municípios do estado fluminense, faremos uma nova sessão na UERJ!


Aqui, uma entrevista para a TV UERJ Online:

http://www.youtube.com/watch?v=lv5dFJJrFL8
_diário de viagem_








TWITTER = @theatro1homemso

25.4.11



Este projeto consiste na criação de um espetáculo teatral a partir de uma excursão pelo estado do Rio de Janeiro, durante a qual serão realizadas 92 (noventa e duas) apresentações, uma em cada município do estado fluminense, e, posteriormente, mais 8 (oito) apresentações durante uma temporada, na capital. Serão 100 (cem) sessões do espetáculo, que será apresentado gratuitamente em todos os municípios, visando democratizar e facilitar o acesso aos cidadãos do estado do Rio de Janeiro neste evento cultural.

A própria excursão pelo estado, que ocorrerá entre maio e setembro, será o tema do espetáculo, criando um retrato sócio-cultural do estado do Rio de Janeiro. Para tal intento, além de uma minuciosa pesquisa sobre a história de cada município, serão realizados registros visuais, incluindo entrevistas com moradores e artistas locais, afim de mapear as características históricas, artísticas e culturais mais relevantes de cada cidade.

Contando com o subsídio da Secretaria de Estado de Cultura do Rio de Janeiro, este projeto é uma criação de Alan Castelo Branco Xavier.





REALIZAÇÃO E PATROCÍNIO